Sinceramente, aquela treta do ‘bom selvagem’ de Rousseau nunca me convenceu. Para mim, o ser humano é mau em potência: a bondade é algo de apreendido, uma convenção a que nos habituamos e que seguimos para que não nos chateiem a cabeça. Sim, não acredito no ser bom desinteressadamente. Quanto muito, há pessoas a quem não nos importávamos de espetar uma faca nas costas e outras que nos é indiferente. Outras há que a única coisa que lhes queríamos espetar nas costas seria uma massagem (mas isso prende-se com razões biológicas e não quero entrar por aí). Sim, ser mau e omnívoro é inato. Vegetarianos de boa índole são violações da natureza (nunca é de mais lembrar que são raros e que o Hitler era vegetariano – quem come plantinhas indefesas é capaz das maiores maldades).
O que aconteceu entretanto foi o nascimento de uma coisa chamada sociedade. Ora, a partir do momento em que o homem se apercebe que dá jeito mais umas mãozinhas para caçar dentes-de-sabre (uma imagem do ponto de vista histórico errada mas tão bonita artisticamente), resolveu não matar/assassinar/quecar violentamente as mãozinhas extra. Começam a nascer normas de civilidade (e a palavra ‘norma’ diz tudo), etc etc. Ou seja, somos uns reprimidos. Devíamos ter o direito à maldade (embora esse direito possa acabar com sangue e tripas onde começa a maldade dos outros…). Vamos gritar todos, ‘sou mau e gosto!’.
Quem duvida da veracidade desta teoria, quem acredita que o ser humano é passível de actos bondosos, aconselho que apanhe o autocarro para Viseu, se dirija às informações e diga bom-dia ao ser que se encontra lá dentro. Ou então fale comigo num dos meus dias anti-sociais (não-cíclicos e por isso imprevisíveis). Boa sorte!
2 comentários:
ui...
lembra-me para não te chatear da próxima vez que te encontrar na faculdade... aliás... peço desculpa por te forçar a ler o meu comentário... eu vou-me já embora... porque tens os olhos vermelhos? NÃÃÃÃÃÃÃOOOO, AAAAARRGGHH.....
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