segunda-feira, junho 23, 2008

Nothing Twice (para a maioria das pessoas que não sabe polaco, como eu)

Nothing can ever happen twice.
In consequence, the sorry fact is
that we arrive here improvised
and leave without the chance to practice.

Even if there is no one dumber,
if you're the planet's biggest dunce,
you can't repeat the class in summer:
this course is only offered once.

No day copies yesterday,
no two nights will teach what bliss
in precisely the same way,
with exactly the same kisses.

One day, perhaps, some idle tongue
mentions your name by accident:
I feel as if a rose were flung
into the room, all hue and scent.

The next day, though you're here with me,
I can't help looking at the clock:
A rose? A rose? What could that be?
Is it a flower or a rock?

Why do we treat the fleeting day
with so much needless fear and sorrow?
It's in its nature not to stay:
Today is always gone tomorrow.

With smiles and kisses, we prefer
to seek accord beneath our star,
although we're different (we concur)
just as two drops of water are.

NIC DWA RAZY

Nic dwa razy się nie zdarza
i nie zdarzy. Z tej przyczyny
zrodziliśmy się bez wprawy
i pomrzemy bez rutyny.

Choćbyśmy uczniami byli
najtępszymi w szkole świata,
nie będziemy repetować
Ŝadnej zimy ani lata.

śaden dzień się nie powtórzy,
nie ma dwóch podobnych nocy,
dwóch tych samych pocałunków,
dwóch jednakich spojrzeń w oczy.

Wczoraj, kiedy twoje imię
ktoś wymówił przy mnie głośno,
tak mi było, jakby róŜa
przez otwarte wpadła okno.

Dziś, kiedy jesteśmy razem,
odwróciłam twarz ku ścianie.
RóŜa? Jak wygląda róŜa?
Czy to kwiat? A moŜe kamień?

Czemu ty się, zła godzino,
z niepotrzebnym mieszasz lękiem?
Jesteś — a więc musisz minąć.
Miniesz — a więc to jest piękne.

Uśmiechnięci, wpółobjęci
spróbujemy szukać zgody,
choć róŜnimy się od siebie
jak dwie krople czystej wody.

Wisława Szymborska

quarta-feira, junho 04, 2008

aka Sara Beauvoir






What philosophy do you follow? (v1.03)
created with QuizFarm.com
You scored as Existentialism

Your life is guided by the concept of Existentialism: You choose the meaning and purpose of your life.



“Man is condemned to be free; because once thrown into the world, he is responsible for everything he does.”

“It is up to you to give [life] a meaning.”

--Jean-Paul Sartre



“It is man's natural sickness to believe that he possesses the Truth.”

--Blaise Pascal



More info at Arocoun's Wikipedia User Page...


Existentialism


100%

Hedonism


100%

Strong Egoism


85%

Nihilism


80%

Kantianism


55%

Utilitarianism


55%

Justice (Fairness)


45%

Apathy


40%

Divine Command


0%


puêzia "cinzeiro"

(imagem: 'memory out of place', by mattwisnerart, Deviantart)

Um cheiro adocicado lembra-me de ti
da tua maneira de falar, do gesto com que tiravas o cabelo dos olhos,
do hábito irritante de falares a brincar quando eu estava sériae

e de não perceberes quando estava eu a brincar.

Lembro-me como se não te visse há anos.
como se fosses já uma coisa do passado, daquelas que vão ganhando mofo
e pó na parte de trás de uma prateleira.

Porque aí não tenho de pensar muito nisso sem ser como recordação.
porque aí não me aflijo a pensar que as coisas poderiam ter sido diferentes
se por acaso não tivesse fugido com a cara naquele dia,
com o corpo no outro,
com a voz quase sempre.
porque aí, no passado, não dóis.

Às vezes penso que te conheci tarde demais.
devia ter crescido contigo, ver-te passar de puto idiota a homem de ideias,
e aprender a ouvir-te, habituada à tua presença,
como se está habituado ao nosso próprio corpo, por muito que ele vá mudando.

outras vezes penso que te conheci cedo demais,
que sou demasiado miúda para conseguir seduzir seja quem for,
que és demasiado criança para perceberes que há coisas que não valem a pena,
que vou deixar de te ver e possivelmente conhecer outra pessoa,
e quem vem por último fica sempre com os despojos.

mas o que interessa é que me lembro de ti,
das covinhas que fazes quando te ris (e foi a olhar para ti que aprendi o que queriam dizer 'covinhas')
do olhar de adoração que lhe dás sempre que ela está presente,
das imperfeições e assimetrias, dos tiques e do timbre da voz,
e até do ritmo do meu coração quando apareces de repente, sem que eu tenha tempo de pôr a armadura.

estás bem aí, no meu passado.

perfeito, intocável, sem mácula,
adocicado pela traição da memória,

duma coisa parecida com amor mas que não o é,
e pelo cheiro desses malditos cigarros.



Mary Wroth II