segunda-feira, março 27, 2006

Os Virtuosos (Brassed Off)



Se tiverem oportunidade, VEJAM ESTE FILME!!!

Além do Ewan McGregor nos seus anos juvenis, a história vale a pena. E a música também. ;)

Lindo. Principalmente o momento em que estão a tocar no relvado da enfermaria.

Aconselho-vos, mes amis. Muito melhor que as novelas da TVI, embora não seja preciso muito. ;)

Umas coisitas que ando a ler...

Diderot, Paradoxo sobre o Actor

Há uma, entre mil circunstâncias, em que a sensibilidade é tão nociva no palco como no mundo. Imagine a amante, que têm uma declaração a fazer um ao outro. Qual deles se sairá melhor? Eu não. Bem me recordo de que só conseguia chegar a tremer ao pé do objecto amado; com o coração a bater e as ideias a ficarem confusas; a minha voz embrulhava-se, estropiava tudo aquilo que dizia; respondia não quando devia responder sim; cometia mil inépcias, faltas de jeito sem fim; era ridículo da cabeça aos pés; tinha consciência disso mas só conseguia ser ainda mais ridículo. Ao passo que um rival alegre, divertido e estouvado, com domínio de si próprio, tirando proveito da sua pessoa, não deixando escapar nenhuma ocasião de elogiar, e elogiar com elegância, ali nas minhas barbas divertia, agradava, era feliz; pedia uma mão que lhe era abandonada, por vezes apoderava-se dela sem pedir consentimento, beijava-a e voltava a beijá-la enquanto eu, metido num canto, a desviar os olhos daquele espectáculo que me irritava, a sufocar suspiros, a dar estalos com os dedos de tanto apertar as mãos, acabrunhado de melancolia ,coberto por um suor frio, não podia mostrar nem ocultar o desgosto. Já se disse como o amor, que tira o juízo a quem o tem, dá-o àqueles que o não têm; de outra forma quer isto dizer que torna uns sensíveis e estúpidos, outros frios e empreendedores.
Quando o próprio Denis Diderot, o homem das passions, se queixa disto, que posso eu fazer, comum mortal, contra tal flagelo... ;)

segunda-feira, março 20, 2006

A Gloriosa Sociedade Filarmónica Recreativa e Beneficiente Vilanovense - fundada a 10 de Março de 1878


Oh suadinhos e mal-cheirosos!

Find Sara!

;)

Grande momento inspiracional do Brecht (k andou comigo num curso de escrita criativa...)

SENTE-SE
(Nº10 dos POEMAS RELACIONADOS COM O «MANUAL PARA HABITANTES DE CIDADES», 1925-1930)

Sente-se.
Está sentado?
Encoste-se tranquilamente na cadeira.
Deve sentir-se bem instalado e descontraído.
Pode fumar.
É importante que me escute com muita atenção.
Ouve-me bem?
Tenho algo a dizer-lhe que vai interessá-lo.

Você é um idiota.
Está realmente a escutar-me?
Não há pois dúvida alguma de que me ouve com clareza e distinção?
Então
Repito: você é um idiota.
Um idiota.
I como Isabel, D como Dinis
outro I como Irene, O como Orlando,
T como Teodoro, A como Ana.
Idiota.

Por favor não me interrompa.
Não deve interromper-me.
Você é um idiota.
Não diga nada. Não venha com evasivas.
Você é um idiota.
Ponto final.

Aliás não sou o único a dizê-lo.
A senhora sua mãe já o diz há muito tempo.
Você é um idiota.
Pergunte pois aos seus parentes
Se você não é um I.
Claro, a você não lho dirão
Porque você se tornaria vingativo como todos os idiotas.
Mas
Os que o rodeiam já há muitos dias e anos sabem que você é um idiota.
É típico que você o negue.
Isso mesmo: é típico que o I negue que o é.
Oh, como se torna difícil convencer um I de que é um I.
É francamente fatigante.

Como vê, preciso de dizer mais uma vez
Que você é um I.
E no entanto não é desinteressante para você saber o que você é.
E no entanto é uma desvantagem para
você não saber o que toda a gente sabe.
Ah sim, acha você que tem exactamente as mesmas ideias do seu parceiro.

Mas também ele é um idiota.
Faça favor, não se console a dizer
Que há outros I.
Você é um I.

De resto isso não é grave.
É assim que você poderá chegar aos 80 anos.
Em matéria de negócios é mesmo uma vantagem.
E então na política!
Não há dinheiro que o pague.
Na qualidade de I você não se precisa de preocupar com mais nada.

E você é I.
(Formidável, não acha?)

Você ainda não está ao corrente?
Quem há-de então dizer-lho?
O próprio Brecht acha que você é um I.
Por favor, Brecht, você que é um perito na matéria, dê a sua opinião.

Este homem é um I,
Nada mais.

Não basta tocar o disco uma só vez.

Olá!!!!

Filipa, Guida e Daniela!!!

Mais três leitoras pró meu tão desprezado blog...

Como podem ver, não estão aqui fotos de ninguém que conheçam, além de mim.

(Ohhhh...)

De qualquer modo, quando tiverem um tempinho no meio da pedofilia, do cultivo do arroz e do... não faço a mínima ;) passem por cá, sim? E comentem o que vos apetecer, mas com juízo!

Jinhos!

quinta-feira, março 16, 2006

Óscares - mais vale tarde que nunca

Apercebi-me agora que ainda não mandei nenhum lamiré sobre os prémios da Academia aqui no blog.
Que posso eu dizer? Fiquei bastante contente com os prémios de Argumento Original (Crash), Documentário (A Marcha dos Pinguins) e Banda Sonora (Brokeback Mountain).
Em relação à categoria de Melhor Animação, eu sabia que o Nick Park era um adversário à altura do Burton, e o Wallace and Gromit mereceu, possivelmente, o prémio (ainda não vi o filme)
Agora, o resto da noite foi bastante previsível. A introdução estava gloriosa, o Jon Stewart não desiludiu, mas, sinceramente....
A Reene Witherspoon como Melhor Actriz? ????
Ah, e ainda bem que Brokeback Mountain não ganhou o prémio de Melhor Filme. Porque não é assim TÃO bom. Nem o Crash, mas é o que eu digo ao Dário, o Spielberg já não tem espaço pra mais óscares.
Daqui a uns anos, mes amis, serei eu a ter de arranjar espaço nas prateleiras. Ai pois é.

I would like to thank to the Academy, to my folks, my family and pets, my primary teachers, the milkman, ....

And to the readers of my blog, who always believed me


(or not)

quarta-feira, março 15, 2006

momento kelístico

E agora um momento Raquel!



'Não, não quero donut. Ainda me corto nos cantos...'

Falta de carência

Sem dúvida, um problema que aflige grande parte da população universitária.
A doutora Heloísa Simões fala-nos desta nova doença dos tempos modernos, um verdadeiro flagelo que pode ter consequências tão dramáticas como o total desinteresse pelos novos filmes do Spielberg.
O primeiro passo para ultrapassar a doença é admitir que a temos, fala-nos a especialista em problemas juvenis. É bastante triste olhar para o lado e ver jovens, especialmente raparigas, a falar mal de outras pessoas porque não têm uma vida própria suficientemente interessante para ser tema de conversa. Em vez de falar de proezas sexuais da noite anterior, discutem temas filosóficos que não interessam a ninguém. Alguém tem de ajudar essas pessoas.
A falta de carência, designada no vulgo por falta de peso, está cada vez mais a afectar pessoas por esse mundo fora e Coimbra também. Se tem um amigo/a com esse problema, não hesite em ajudá-lo.
Não deixe que a epidemia se espalhe!