terça-feira, janeiro 29, 2008

MORFOLOFALANDO

adeus pêlo lento. adeus Micas de luas exactas.
adeus estilhaço do teu olhar no meu gosto.
adeus o que ouço incendiado e beijo às avessas e inútil.
adeus aquele ruído do sexo nos lençóis do retrato.
adeus o que em mim sabe sacramamentado na boca.
adeus o que dói no talento frágil do sangue
ou é sobretudo perder-te cem por cento na cama.

merdaputice de nutrição revolucionariamentemerda.
ah (meus caros) adeus na retrete.
(mínimo e sujo) pouco de futuro
por entre o mau cheiro das nutridas granadas.

adeus antes do cansaço de parecer só macho
ou fêmea ou pederasta ou português.
adeus dona Verónica à janela morrendo um
astro entre o pudorinado das pernas.
dona Verónica o que é que importa? para quê
as travessas quando as criadas já não amanhecem?
as horas cercadas? a estranha madeira dos gestos?
aquele gajo que me mandou para a puta que o pariu?
a altura do acaso nos pulsos ou aquela canção que já não presta?
para quê dona Verónica? para quê?

claro que só sei o não do que tanto acontece:
telegrama de espanto
rasto de cornos
loucura de nata.
dona Verónica não vale a pena (garanto)
a lua se pôr de prata.

para que serve essa bandeira metade camisa metade salsa?
não será melhor encher por fora todos os sacos?
ahhhhh (meus amigos) trago comigo a desfraldada
mágoa dum animal secreto: ânsia tesa no sexo.
escondo-me dos guardas e da fomerda dos outros.
são uns sacanas todos
pedem-me o passaporte que mijado já não serve.

adeus amigos. vou ser parecido a mim próprio
com fulaninhas de leitamas e os pés em flash-back.
com toucinho e mostarda e bem sentado à mesa.
enrascado nas calças (é certo) mas de paladar correcto
para reclamar o prato que já não faz falta.
e se me sai a lotaria vou p’rá cama com
os repolhos da criada e compro mamas na praça.
assim mesmo (raios me partam) semelhante
de maçada e caspa com licença e bagaço.

mas (concerteza) nojento e parecido
de baba e paisagem nesta chatice com céu e gravata
em tudo que não me importa.
sem dúvida que trago o bilhete
com a alma descascada na paragem do autocarro.

e estou-me nas tintas: libertarde e caspa.
ou espermaneço rasca no tesão duma maneira
que certamente já não se pode.

adeus Ferreira e a tua sociedade plutocaca
com meninos sacanas e donzelas de fina lata.
mas contigo Fagundes é um tanto diferente:
eras pela revolução pela limpeza pela luta
e fazias estátuas de alegria e
mapas de pura aragem sobre as mesas das tascas.
é claro que ouço: os militares marcham
a escada sobe e a rua passa.
adeus Juca prémio de ti mesmo no
calendário da tua presença. foste para mim o espaço dum
espelho exactamente atrás da porta. sabias?
e um estupor também.
adeus Juca pela clara indecência
com que te puseste na minha memória.
sei que estás vivo no céu do teu auto-retrato
com gajas boas e as cricas e as fufas
e as garotas inventadas de dias e buracos.
e trazes o teu fantasma cornudo de lume
na ocasião em que fornicas. adeus amigo.

poooooooooooooooooorrrrrrraaaa: tudo p’ró penico.
nada de adjectivos nem gramamamática
em nenhuma ocasião.

adeus velhos amigos cozinhados de audácias
e caras enfeitadas com segredos de pissas.
não vou partir nem ficar. nem cus nem tomates.
nada de ilusões. não há muito para desentender:
vamos ao médico ou não temos pressa.

mas talvez não se passe de novo do povo ou do insecto
no fato
com a verdade pouca na máquina de lavar roupa.
talvez com cagaço e azeite e ocidental e direito.
ou mamas com grão mesmo frias e da véspera.
será que o essencial fica emprestado ou no céu do quarto
ou então no assombro de perfil com água errada na gaveta?
ou mesmo que haja outra lâmpada no estilo do gosto
o mais importante (acredita) vai dos dedos até à garganta.
depois deito-me usado na cama:
cachorro coitado do rabo até à cabeça
com esta puta da vida que nunca me basta.

1976
António Aragão

The End is Neeeeeaaar....

http://news.yahoo.com/s/ap/20080125/ap_on_sc/earth_asteroid


Sim, aí vem o asteróide. Com uns anitos de atraso, mas pronto.

sábado, janeiro 26, 2008

Coooração despedaçado


Pronto, o Marco d'Almeida e a Maria João Bastos... parece que sim.
One more good man lost...

quinta-feira, janeiro 03, 2008

Resoluções de Ano Novo

RESOLUÇÕES DE ANO NOVO

1. Deixar de roer as unhas (mais um ano, mais uma voltinha)
2. Ser mais arrumada
3. Contar até dez antes de dizer parvoíces
4. Ver mais filmes ditos 'bons'
5. Parar de pensar em homens impossíveis, inacessíveis, com namorada e/ou falecidos. Pelos deuses.
6. Nunca mais rogar pragas a pessoas famosas (faria excepção para o M., mas não resultou o ano todo, porque raio havia de resultar agora...
7. Começar os trabalhos com tempo e dar o meu melhor (i.e., não me lembrar de começar a jogar The Sims 2 a meio de dissertações sobre o Novo Cinema Alemão)
8. Tentar andar apresentável - pelo menos na rua.
9. Comer menos doces, fazer mais exercício
10. Tentar acalmar os nervos e fazer as coisas com calma e espírito Zen. Explosões, só em privado.

RESOLUÇÕES DE ANO NOVO (vamos lá ser realistas)

1. Não ter mais de 200 pics do Clive Owen ou qualquer outro no computador.
2. Ler
3. Ouvir música
4. Ver cinema
5. Dormir que nem uma desalmada
6. Comer pêssegos que nem uma perdida
7. Não maltratar pinguins
8. Não assassinar nenhum Chefe de Estado
9. Não deixar o computador sem ser ligado pelo menos uma vez por dia.
10. Ir a Londres. Yehhhhh.

DESEJOS DE ANO NOVO

1. Clive Owen
2. Acessórios do Clive Owen
3. Carro do Clive Owen
4. Casa do Clive Owen
5. Roupas do Clive Owen (para poder escondê-las. muah ah ah )
6. Perfume do Clive Owen
7. Dinheiro do Clive Owen.
8. Genes do Clive Owen nos meus descendentes
9. Ir viver para sítio longínquo, paradisíaco e com smog com Clive Owen.
10. Dinheiro para tornar o Clive Owen perfeito, pagando-lhe aulas de clarinete. Treca. Talvez oboé. Piano? Qualquer coisa serve, para eu lhe poder gritar: You don't understand! You're on Musics!!!!

DESEJOS DE ANO NOVO REALISTAS

Er... eram os de cima, mesmo.