Um Cadillac de 1959 Convertible!!!!
(noutra cor, talvez;)
quinta-feira, setembro 28, 2006
Cartinha ao Papai Noël
Sim, eu sei, o Natal ainda vem longe, mas isso de adiantar as coisas (se bem que estranho para alguém nascido na terra do Poeta Zarolho) não tem mal nenhum, pois não?
Dearest Santa Claus (Kiduxo Papá do Xmas):
Venho por este meio apresentar a minha lista de prendas pretendidas para o próximo dia 25 de Dezembro de 2006, completamente merecidas devido ao facto do meu excelente comportamento este ano (excepto aquele recôndito dia em Fevereiro... e a Queima, mas tens de me dar um desconto). Agradecemos desde já a sua disponibilidade cibernética pra ler estas coisinhas, e também a concretização de um ou mais pedidos - quantos mais pedidos satisfeitos, mais bolachinhas de chocolate ao pé da lareira (já agora, tens livro de Reclamações?). Passo então a enumerar a Lista de Prendas pra Lady Sara C:
Item 1 - Um Johnny Depp (não precisa de embrulho ou roupa ou acessórios)
Item 2 - Um Cadillac Convertível de 1959 (em preto ou branco ou verde alface berrante)
Item 3 - Um Disco Rígido Externo de 500 GB SATÃÃÃÃ
Item 4 - As três partes do Henry VI de Shakespeare, edição das mais recentes da Arden
Item 5 - Um pijama daquela loja gira e cara do Dolce que não é a Oshyo e que começa por T ou lá o que é (tem pijamas com tubarões que brilham no escuro)
Item 6 - Uma câmara enorme, profissional, da Sony (modelo mais recente e que dê pra ligar ao portátil, s'il vous plaiz)
Item 7 - Um peluche gigante pró Dumas destruir (pra não ser tudo pra mim...)
Item 8 - Um arco de Violino. Já agora, um Stradivarius. Qualquer um deles, desde que não se desfaça aos pedaços quando se agarra.
Item 9 - Bolachas Húngaras
Item 10 - O óscar de melhor realização 2007 (arranja-te)
Item 11 - Um pessegueiro que dê fruta de qualidade em quantidade todo o ano
Item 12 - Todos os livros da Taschen
E acho que é tudo, by now.
Os Melhores Cumprimentos
Lady Sara C, menina extremamente bem comportada e muito, mas muito, materialista. ;)
terça-feira, setembro 19, 2006
IMAGO do Fundão
Sunset Boulevard de Billy Wilder
Aqui a vossa anfitriã está a ver grandes clássicos do cinema pra não fazer figura de ignorante este ano nas aulas. ;)
Este até que é engraçado. Recomendo especialmente o trailler. A Movie as Hollywood never seen... A great story... ;)
Recomendo, recomendo. A actriz que faz de Norma Desmond está excelente (para a época, claro). O momento em que o casalinho passeia pelos estúdios da Paramount é fantástico, também. (um semestre de Estética e outro de Fundamentos da Crítica para aplicar adjectivos como 'excelente' e 'fatástico'... e não ser 'bestial', acho que já é muito bom.)
Momento Cesariny
Tantos pintores
A realidade comovida agradece
mas fica no mesmo sítio
(daqui ninguém me tira)
Chamado paisagem.
Tantos escritores
A realidade comovida agradece
E continua a fazer o seu frio
Sobre bairros inteiros, na cidade, e algures
A realidade comovida agradece
mas fica no mesmo sítio
(daqui ninguém me tira)
Chamado paisagem.
Tantos escritores
A realidade comovida agradece
E continua a fazer o seu frio
Sobre bairros inteiros, na cidade, e algures
Umas palavras de Woody Allen, aquele grande senhor americano que faz filmes europeus e toca 'cwarinete'
A média voz… mas muito média (in Sem Penas, Prosa Completa)
Pergunte-se ao homem comum quem escreveu as obras intituladas Hamlet, Romeu e Julieta e Otelo, e na maioria dos casos responderá, com confiança total: “O bardo imortal de Stratford upon Avon”. Pergunte-se quem foi o autor dos sonetos shakespearianos e logo se verá que a resposta ilógica é a mesma. Se estas mesmas perguntas forem feitas a certos detectives literários que parecem florescer periodicamente através dos anos, ninguém se deve surpreender se as respostas forem Sir Francis Bacon, Bem Jonson, rainha Isabel ou mesmo a Lei do Solo.
Pergunte-se ao homem comum quem escreveu as obras intituladas Hamlet, Romeu e Julieta e Otelo, e na maioria dos casos responderá, com confiança total: “O bardo imortal de Stratford upon Avon”. Pergunte-se quem foi o autor dos sonetos shakespearianos e logo se verá que a resposta ilógica é a mesma. Se estas mesmas perguntas forem feitas a certos detectives literários que parecem florescer periodicamente através dos anos, ninguém se deve surpreender se as respostas forem Sir Francis Bacon, Bem Jonson, rainha Isabel ou mesmo a Lei do Solo.
A mais recente de todas estas teorias aparece num livro que acabei de ler e onde se procura demonstrar definitivamente que o verdadeiro autor das obras de Shakespeare foi Christopher Marlowe. O livro expõe de forma muito convincente esta tese, e quando acabei de ler já não tinha a certeza se Shakespeare era Marlowe, ou Marlowe Shakespeare, ou o que quer que fosse. Uma coisa sei: nunca aceitei cheques de qualquer um deles e por isso gosto das obras que escreveram.
Ora, ao tentar considerar a teoria acima referida na sua justa perspectiva, a minha primeira pergunta é: se Marlowe escreveu as obras de Shakespeare, quem escreveu as de Marlowe? A resposta a esta questão encontra-se no facto de Shakespeare ser casado com uma mulher chamada Anne Hathaway. Isto sabemos nós ao certo. Contudo, segundo a nova teoria, foi Marlowe quem realmente esteve casado com Anne Hathaway, união que provocou em Shakespeare um pesar sem limites, uma vez que eles nunca o deixaram entrar em casa.
Um dia funesto: numa disputa mesquinha sobre quem era o último na bicha para a padaria, Marlowe foi morto… morto ou aberto a meio, disfarçado, para evitar que o acusassem de heresia, crime muito grave e punível com a morte, ou ser aberto a meio, ou ambas as coisas.
Foi então que a jovem mulher de Marlowe agarrou na pena e continuou a escrever as obras e sonetos que todos conhecemos hoje. Mas peço que me seja permitido fazer um esclarecimento.
Todos sabemos que Shakespeare (Marlowe) retirava os seus argumentos dos antigos (modernos); contudo, quando chegou a altura de os devolver, os argumentos estavam tão gastos que se viu forçado a sair do país sob o suposto nome de William Bardo (donde o termo “bardo imortal”) para escapar à prisão por dívidas (donde o termo “prisão por dívidas”). É aqui que Sir Francis Bacon entra em cena. Bacon foi, na sua época, um inovador, porque levou à prática certos conceitos avançados de congelação. Conta a lenda que morreu quando tentava congelar uma galinha. Aparentemente a galinha empurrou primeiro. Esforçando-se por esconder Marlowe a Shakespeare, se se demonstrasse serem a mesma pessoa, Bacon adoptou o nome fictício de Alexander Pope, que na realidade era o Pope Alexander, chefe da Igreja Ortodoxa Russa, actualmente no exílio por causa da invasão da Rússia pelos Bardos, uma das últimas tribos nómadas (os Bardos estão na origem do termo “bardo imortal”), e que alguns anos antes tinha escapado a cavalo para Londres, onde Raleigh esperava a morte na torre.
O mistério aprofunda-se, pois, segundo reza a história, Bem Jonson encenou um funeral falso para Marlowe, tendo convencido um poeta menor a ocupar o lugar daquele no enterro. Não se deve confundir Bem Jonson com Samuel Jonhson. Era Samuel Johnson. Samuel Johnson não era. Samuel Johnson era Samuel Pepys. Pepys era na realidade Raleigh, que tinha fugido da torre para poder escrever O Paraíso Perdido sob o nome de Jonh Milton, um poeta que por ser cego se havia livrado da torre e que foi enforcado sob o nome de Jonathan Swift. Tudo se torna mais claro quando se descobre que George Eliot era uma mulher.
A partir daqui, por conseguinte, O Rei Lear não é uma peça de Shakespeare mas uma crítica satírica de Chaucer, originariamente chamada Ninguém é Perfeito, que proporciona uma pista do homem que matou Marlowe, homem que na época Elizabetiana (ou de Elizabeth Barret Browning) era conhecido por Old Vic. Old Vic tornou-se depois mais célebre como Victor Hugo, o que escreveu O Corcunda de Notre Dame, romance que numerosos peritos literários consideram ser apenas Coriolanus com algumas alterações óbvias. (Convém ler ambas as obras, e depressa).
Resta perguntar se Lewis Carroll não estava a caricaturar toda essa situação quando escreveu Alice no País das Maravilhas. O Coelho Branco seria Shakespeare, o Chapeleiro Louco seria Marlowe, o Rato seria Bacon – ou o Chapeleiro Luco seria Bacon e o Coelho Branco Marlowe – ou Carroll Bacon e o Rato Marlowe – ou Alice seria Shakespeare – ou Bacon – ou Carroll seria o Chapeleiro Louco. É uma pena que Carroll não esteja vivo para pôr tudo em pratos limpos. Ou Bacon. Ou Marlowe. Ou Shakespeare. O importante é que quando alguém se muda deve avisar os correios. A menos que não se ligue nenhuma à posteridade.
quarta-feira, setembro 13, 2006
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