terça-feira, novembro 29, 2005

Eu não vou fazer a piada óbvia! Não vou!

Este é o David Spade. E tem uma galinha na mão.

Fica assim justificada, pelo lado do prazer estético, a minha 'loucura' dos Domingos de manhã.

Quem quiser juntar-se a mim num abaixo-assinado para a 2: passar a temporada 93-96 do SNL diga qualquer coisinha, se não for muito o trabalho.

As Grandes Perguntas Metafísicas do Novo Milénio

O que é a Arte?

Haverá Vida para além da Morte?

Está Deus Morto?

A que Horas vamos Sair do TAGV?

(aceitam-se mais sugestões...)

terça-feira, novembro 22, 2005

Piadinha musical

Vais num carro, a conduzir, com alguém ao lado. Como é que sabes se esse alguém é pianista?

Resposta: Quando vê perigo na estrada, começa a gritar: carrega no abafador!!! carrega no abafador!!!

Palmas pra quem conseguiu perceber.

(eu já vi o meu futuro e tenho um piano de cauda na sala) ;)

terça-feira, novembro 15, 2005

Momento de Poesia Alheia

NA MESA DO SANTO OFÍCIO

Tu lhes dirás, meu amor, que nós não existimos.
Que nascemos da noite, das árvores, das nuvens.
Que viemos, amámos, pecámos e partimos
Como a água das chuvas.

Tu lhes dirás, meu amor, que ambos nos sorrimos
Do que dizem e pensam
E que a nossa aventura,
É no vento que passa que a ouvimos,
É no nosso silêncio que perdura.

Tu lhes dirás, meu amor, que nós não falaremos
E que enterrámos vivo o fogo que nos queima.
Tu lhes dirás, meu amor, se for preciso,
Que nos espreguiçaremos na fogueira.

Ary dos Santos

Títulos de obras - talvez a primeira reflexão artística séria do blog (ou não)

Não há coisa que eu mais odeie que aquelas obras de arte que têm títulos como “Proposição 1”, ou, pior, “Sem Título 134”. Irrita-me. Para mim o título de uma obra pode ser arte, só por si. Apercebi-me disto quando vi um quadro, há alguns anos, no Museu Machado de Castro em Coimbra. Com cores vivas, tipo cartoon, estava um monte de lixo em primeiro plano – meias sujas, garrafas, papel – e no canto uma rosa. Mas a sombra daquele monte de lixo, que se projectava atrás, era o perfil da cidade de Coimbra – não sei se estão a ver, a Cabra e a Universidade lá em cima, aquelas casecas por aí abaixo. Título da obra: “São Rosas, Senhor”. Fantástico. Se tivesse dinheiro e fosse maior de idade tinha comprado aquele quadro logo ali. Se tivesse o mínimo de sentido de futuro tinha apontado a porcaria do nome do autor.
E não poderemos esquecer o “Ceci n’est pas un pipe”, de Magritte, orgulhoso logotipo da PenetrArte, ou mesmo ‘La Fontaine’ de Duchamp.
Resolvi então dar aqui alguns títulos de obras que me despertam o sentido estético da leitura:
De Dalí, esse prolífero inventor de títulos estranhos:
- Todas as Formas Derivam do Quadrado (composição cubista)
- O Mel é mais Doce que o Sangue
- A Vaca Espectral
- A Amálgama – por Vezes Cuspo com Prazer no Retrato de Minha Mãe
- A Nostalgia do Canibal
- Pão Francês Médio com Dois Ovos Estrelados a Cavalo, sem o Prato, Tentando Sodomizar um Bocado de Pão Português
- Devaneio – Recomendação: Estragar Completamente a Ardósia
- Fonte Necrofílica Correndo de Um Piano de Cauda
- Burocrata Médio Atmosferocéfalo a ordenhar uma Harpa Craniana
- O Espectro de Vermeer de Delft Podendo Ser Utilizado como Mesa
- Omeleta Caminhando Irresistivelmente para o Esmagamento pelas Mãos
- O Sonho Coloca a Mão no Ombro de um Homem
- O Farmacêutico de Ampurdán à Procura de Absolutamente Nada
- Destroços de Um Automóvel Dando à Luz um Cavalo Cego que Morde um Telefone
- Telefone Num Prato com Três Sardinhas no Fim de Setembro
- O Perverso Polimorfo de Freud, também conhecido como Criança Búlgara a Comer um Rato
- Dois Bocados de Pão Exprimindo o Sentimento do Amor
- Adereço de Nú com Cauda de Bacalhau
- As Chamas, Chamam
- Sonho Causado pelo Voo de Uma Abelha à Volta de uma Romã, Um Segundo antes do Despertar
- Fonte de Leite a Correr em Vão sobre Três Sapatos
- Nariz de Napoleão Transformado em Mulher Grávida Passeando a Sua Sombra com Melancolia entre Ruínas Originais
- Relógio Mole Explodindo em 888 Pedaços após Vinte Anos de Completa Imobilidade
- Jovem Virgem Auto-Sodomizada pelos Cornos da Sua Própria Castidade
- Dioniso Cuspindo a Imagem Completa de Cadaqués na Ponta da Língua de Uma Mulher com Três Gavetas
- Árabes Ácidodesoxirribonucleicos
- Um Relógio Mole Colocado no Local Adequado que Faz Morrer e Ressuscitar um Jovem Efebo por Excesso de Satisfação
- Cama e Duas Mesas-de-Cabeceira Atacando Ferozmente um Violoncelo
Outros artistas:

- Cruzeiro Seixas, O Quotidiano (uma chávena de chá com florinhas e a asa no interior da chávena)
- Merlin Carpenter, Quando Não está Nada dentro de Ti além de Ti
- Maurizio Cattelan, Ele (fotomontagem de Hitler ajoelhado)

Erudição gratuita II - pouco latim e ainda menos grego

E vinda da peça ‘Love’s Labour’s Lost’, de Shakespeare, a maior palavra em latim alguma vez conhecida (e existe mesmo, que eu fui ver ao dicionário):

‘honorificabilitudinitatibus’

Que, traduzido, significa, ‘o estado de ser cumulado de honras’. Eu estou sempre aqui. Atirem-me tomates podres cibernéticos que eu não gosto de saladas.

Erudição gratuita

Fala-se muito para aí de violência gratuita. Esquecem-se de referir que também existe a erudição gratuita, i.e., aquelas coisas que não servem para nada senão para nos darmos ares de bons. Se forem fiéis seguidores dos "Sete Palmos de Terra", poderão rever este conceito de erudição gratuita na personagem de George, o actual marido de Ruth Fischer. (Allan Ball rules!;) Vou então aqui, neste blog pseudo-intelectual que já teve melhores dias, com o público magnífico de 4 pessoas, colocar algumas expressões latinas e estrangeiras para atirar, assim, para o ar, durante as provas orais, nas conversas do café ou, quiçá e muito mais efectivo, em momentos íntimos com o vosso ser amado. Et voilá:
- Absque sudore et labore nullum opus perfectum est (Sem suor e sem trabalho nenhuma obra fica perfeita)
- Ad augusta per angusta (de Victor Hugo - Só se chega à felicidade atravessando obstáculos.
- Aliquando dormitat Homerus (de Horácio - Às vezes Homero dormita, i.e, até os melhores cometem erros)
- Amantis irae amoris integratio est. (A ira dos amantes faz parte do próprio amor - eu sempre disse que "grande idiota e atrasado" pode ser uma expressão de carinho...)
- Amor et tussis non celantur. (O amor e a tossa não se podem ocultar)
- Chi va sano, va lontano. (Quem vai com esperança, vai longe)
- Cuncta supercilio moventis. (de Horácio- Abala o Universo com um franzir de sobrancelhas)
- Dubitando ad veritatem pervenimus. (Cícero - Duvidando, chegamos à verdade)
- Est cupididati et ipsa tarda coleritas. (Para o desejo, a própria rapidez é lenta)
- Etiam capillus unus habet umbram suam. (Até um cabelo tem a sua sombra, i.e, tudo tem utilidade)
- Ex digito gigas (Pelo dedo se conhece o gigante - cf. A pata de Dumas, neste blog)
- Facit indignatio versum (Juvenal - A inspiração inspira os versos)
- Fatta la legge, pensata la malizia. (Feita a lei, pensada a malícia)
- Gnõthi seantõn (Conhece-te a ti mesmo)
- Ignoti nulla cupidio (Ovídio - Não se deseja o que não se conhece)
- In siluam non ligna feras (Horácio - Não leves lenha para a floresta)
- Nessum maggior dolore che ricordasi del tempo felice nella miseria (Dante - Não há maior dor do que recordar na miséria o tempo feliz)
- Oleum perdidisti (Perdeste o teu azeite, i.e, desperdiçaste tempo e trabalho)
- Sint ut sunt, aut non sint (Sejam como são, ou então deixem de ser)
- Tacere nescit idem qui nescit loqui (Quem não sabe falar, não sabe calar-se)
- Timeo hominem unius libri (Receio o homem de um só livro)
- Volenti nihil difficile (Querer é poder)
- Vulnerant omnes, ultima necat (Ferem todas, a derradeira mata)
- Vulpes pilum mutat, non mores. (A raposa muda de pêlo, mas não de costumes)

Bonito, não é? E completamente inútil... Erudição gratuita por ordem alfabética...Beautified, beautified...

quarta-feira, novembro 02, 2005

Ele é pequenino, ele é louro, ele é mau!!!


Passamos a vida a ouvir que a televisão faz mal ao cérebro, mas não ligamos.
Um dia, quando nos apercebemos que é verdade, é já tarde demais.

Será normal, mes amis, levantar-me às 8 e meia de uma manhã de domingo para ir ver o compacto do Saturday Night Live? Será? (não estarei a desenvolver uma forma de vida extraterrestre dentro do meu cérebro?)

E tudo isto porquê? Porque desenvolvi uma obsessão pelas piadas do David Spade.

Ouviram bem. Não é o Adam Sandler, nem o Kevin Nealon, nem sequer o Norm McDonald.
O David Spade. O louro, anão, de piadas mázinhas. Que neste momento deve ter idade para ser meu avô.

Kelita, abstém-te de tentar explicar isto recorrendo ao Freud e etc. (neste etc cabe a razão plausível)

Oh Deuses/Grande Arquitecto/Entidade Suprema e Espiritualmente Superior (riscar o que não interessa)

...suspiro...