Já na Domingo, suplemento do Correio da Manhã (este é a minha mãe que compra, por causa das colecções), um artigo sobre a doença bipolar e uma pequena lista sobre doentes bipolares famosos. Todos artistas ou ligados às artes. Será a criatividade realmente uma ‘doença’? Olhem, aqui está a Florbela Espanca e o Mário de Sá Carneiro. E a Virgínia Woolf e o Antero. Todos suicidados. Argh. Também o Hemingway, idem. Oh, o Francis Ford Coppola (he still lives!!!). Hum. Reflexão profunda sobre isto? Ná, não me apetece.
E para não desiludir os leitores habituados à futilidade da minha conversa neste blog, deixem-me concluir com ‘O Marco d’Almeida é mesmo lindo, não é?’
Fui.
terça-feira, abril 10, 2007
Estes críticos...
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Mas não foi por isto que eu quis falar. É que Jorge Mourinha, crítico já com um ethos construído, que parece odiar tudo o que tenha mais de 10 espectadores (posso estar errada, mas é o que parece), comete a gaffe do ano ao enumerar as protagonistas da referida série: com um elenco de luxo encabeçado por Ally McBeal, Rachel Griffiths e pela veterana Sally Field. Para quem não sabe, Rachel Griffiths é a ‘Brenda’ dos Sete Palmos. Fiquei cheia de vontade de ver a série. Mas algo no meu cérebro habituado a ler javardices de críticos e teóricos do cinema mundiais fez clic. E reli. Hum. ‘Ally McBeal’. Que actriz é esta? É que só conheço a personagem ficcional. Quereria Mourinha referir-se a Calista Flockhart, que interpretou a referida personagem na série com o mesmo nome? Deixem-me ver numa coisa chamada IMDB (que recomendo fortemente a este crítico). Exactamente, aqui está. Ups, sr. Jorge Mourinha…
Errar é humano. Mas um crítico que joga tão duro na hora de classificar o trabalho dos outros, espera-se que tenha a mesma consistência, rigor e exigência quando se trata do seu trabalho… não?
As Ocas e os Cromos
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Falando nestes assuntos, pelos vistos a TVI, acusada de promover uma imagem idiota de ambos os sexos em ‘A Bela e o Mestre’ (e deixem-me acusá-los também de terem um programa estúpido, talvez primeiro que tudo), anunciaram já que vão fazer uma outra versão (Nããããããõ!!!!) intitulada ‘O Belo e a Mestra’, onde modelos tipo Calvin Klein serão emparelhados com tipas vesgas, cheias de acne e de inteligência. Desde já recuso em adiantado o convite que a TVI me fará de certeza para participar no programa (afinal não sou nenhuma Mulher Elefante, bolas), mas pergunto-me: como é que uma estação televisiva pode ser tão IDIOTA???? Bolas, eles têm o RuiVilhena a trabalhar pra eles (isso e passarem o ‘House’ adiantados da Fox, são os únicos pontos positivos de que me lembro. Três, contando com o Marco d’Almeida). Não é essa a questão!
O problema está em associar a superioridade intelectual a um desleixo físico, e a simetria e preocupação com a imagem a um desleixo intelectual. É muito mais que um insulto às mulheres lindas e ocas, ou aos homens que, apesar de cromos, conseguem ir pra cama com elas. É sobretudo um insulto à complexidade do ser humano. É afirmar que a cultura desfigura o físico, torna-nos corcundas, míopes e completamente incapazes de seduzir seja quem for. Ou que lá por se pôr um bocado de maquilhagem na cara, frequentar o ginásio e ter uma alimentação equilibrada (acrescento que não acho nenhuma daquelas raparigas bonita, e eu sei apreciar mulheres, já pus uma foto da Bellucci nua neste blog) não se sabe quem é o primeiro ministro… É tão cliché pensar assim, tudo preto ou tudo branco… Por favor, passem mas é o Nip Tuck num dia definido e deixem-se de estragar a programação com m.e.r.d.a.
House e os metrossexuais
Quem despoleta a polémica é uma tal de Júlia Ward, no blog TVSquad. Supostamente se Beckham é o ideal de homem para a mulher burra (e basta pensar na um dia lindíssima Victoria que está casada com ele), House é o sex-symbol da mulher que pensa. Uau. Obrigado.
Ora bem. Considero-me uma mulher pensante, um bocado pro bipolar e com níveis baixos de estrogénio, ok, mas mesmo assim uma mulher. E sim, o House é o tipo de homem com quem não me importava de passar o resto da vida (e falo da personagem, embora o actor me pareça também muito interessante do ponto de vista psicológico…). Porque é inteligente, porque não sendo necessariamente bonito tem charme, é sarcástico, faz rir, é uma espécie de miúdo grande, tem qualquer coisa muito escondida lá no fundo daquela carapaça rija, vive no meio do caos, gosta de música, toca piano… Como é que os homens não percebem qual é o atractivo de House? Ele é um misantropo por opção, e qualquer rapariguinha que queira mais do que um belo cabide com ‘piwinha’ pras noites frias deseja entrar naquele universo escondido. Um homem com garra, com determinação, que não se gaba de ser tããão inteligente, que não tem qualquer preocupação com o aspecto, que não nos rouba os cremes pra cara… isto sem ser um machista tipo ‘cozinha-me o jantar e remenda-me as meias’. Hello?
Depois o artigo descamba para a comparação óbvia (e admitida por David Shore, que criou a série) entre House e Holmes.
Sinceramente, não percebo o que faz tanta espécie aos membros do sexo masculino. Sim, há tipas que gostam de metrossexuais, outras que gostam de seres pensantes, etc etc. Somos todas diferentes, bolas. Tal como eu me recuso acreditar que todos os seres do sexo masculino iriam de boa vontade pra cama com a Soraia Chaves sem pensar duas vezes. O House é o House e é médico e tem os olhos azuis. Médico. Não nos acusaram sempre de ver o dinheiro à frente de fosse o que fosse? Eis a estabilidade económica. Não percebo como é que ainda ninguém pôs essa questão. ‘Mulher pensante é aquela que se preocupa em assegurar a sua estabilidade económica a qualquer custo, nem que seja através do ordenado do marido’.
segunda-feira, abril 02, 2007
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